Folha ao Vento
Uma vez uma borboleta pousou no vidro do meu carro num sinal vermelho.
Achei que ela voaria quando eu arrancasse, mas ela permaneceu ali, imóvel.
Andei por uma hora, e a maldita ali, parada, me olhando.
Se eu ligasse o limpador, tinha o perigo de esmagar o bicho e sujar o vidro todo.
Cheguei em casa, desci do carro, a desgraçada ali, parada.
Me aproximei dela e percebi que estava morta a borboleta. Não sei se morreu ali ou caiu morta do céu e ficou grudada.
Prefiro pensar que matei a coitada do coração com minhas manobras.